Este blogue é pessoal e sem fins lucrativos. Se sentir que eu estou a infringir os seus direitos de autor(a) agradeço que me contacte de imediato para eu remover o referido conteúdo: / This blogue is a non-profit and personal website. If you feel that your copyright has been infringed, please contact me immediately: pintorlopes@gmail.com

31.7.11

GRUTAS DO POÇO VELHO. CASCAIS

      Cascais já era um povoado conhecido no tempo em que os romanos dominaram a Península Ibérica Chamavam-lhe então Cascale.
 Talvez abrigasse  um " Castro ", uma praia de pescadores , " vilas " de luxo para uso dos patrícios.

A ENTRADA PARA O MONUMENTO NATURAL ( Foto de J.P.L. Julho de 2011 )

GRUTAS DO POÇO VELHO. ENCERRADAS E PROTEGIDAS POR GRADEAMENTO                   ( Foto de J.P.L. Julho de 2011 )


   Nada se sabe ao certo da origem de Cascais.

 Mas é de supor que o seu chão seja um antigo solo histórico em que as citânias se sobrepuseram às citâneas.

 O significado integral das grutas do Poço Velho ainda não foi inteiramente compreendido.

   Mesmo no coração de Cascais, nos terrenos vizinhos da estação ferroviária, numa barreira ao fundo do jardim do visconde da Luz, abrem-se as três bocarras dessas grutas.
 Local acessível, fácil de ver. 
As grutas, cujas cavernas são obra da Natureza, serviram de cemitério a uma desaparecida humanidade- -milenária , decerto então residente no termo de Cascais ,mas cuja recordação se perdeu no grande tempo sem contagem.
 Pode supor-se que as suas cavernas de vivos vizinhassem com as dos mortos.
 Pode fantasiar-se que há cinco mil anos já existia um aglomerado humano no solo da vila histórica, e tão estuante de paixões e vaidades como todos os aglomerados humanos - sobre cujos vestígios se ergueram sucessivamente a Cascale romana, a aldeia mosárabe, a vila dos pescadores medievos , a antiga povoação da cidadela, e a urbe aristocrática que foi a praia querida dos nossos últimos reis.

Sobre as barreiras ocas dessas cavernas tumulares do homem primitivo erguem-se agora alguns prédios da moderna Cascais.

    Já em 1879 as furnas do Poço Velho tinham sido exploradas pelo geólogo Carlos Ribeiro. o espólio que deram, rico em elementos de estudo  - machados de pedra polida, cilindros de calcáreo, setas e facas de sílex, vasilhas de cerâmica, objectos de osso, contas de colar,placas de xisto gravadas, um crescente lunar em calcáreo, ossos humanos e de vários animais domésticos que ainda hoje servem a humanidade  - encontra-se actualmente num museu e tem sido observado por vários arqueólogos.

 Ultimamente, o arqueólogo Afonso do Paço estudou detidamente todas essas peças, fotografou-as, relacionou-as, comentou-as, e publicou num livro o resultado dos seus trabalhos de investigação sobre as relíquias deixadas pelos homens que habitaram, talvez com prioridade, essa terra de Cascais, a via maravilhosa da Costa do Sol. *
 
* Do livro de  Branca de Gonta Colaço e Maria Archer
                      " Memórias da Linha de Cascais "
                       Publicação do ano de 1943 .                                      

30.7.11

CARLOS PAIÃO



                                        Vou contar-vos uma história que não me sai da memória.
                                        Foi para mim uma vitória nesta era espacial.
                                         Outro dia estremeci, quando abri a porta e vi
                                         Um grandessíssimo O.V.N.I. pousado no meu quintal.

                                         Fui logo bater à porta. Veio uma figura torta, eu disse:
                                       " Se não se importa poderia ir-se embora ? "
                                         Tenho esta roupa a secar e ainda se vai sujar
                                         Se essa coisa aí ficar a deitar fumo pra fora.

                                         O senhor extraterrestre viu-se um pouco atrapalhado.
                                         Quis falar mas disse " pi " estava mal sintonizado.
                                          Mexeu lá no botão e pode contar-me, então,
                                          Que tinha sido multado por o terem apanhado sem carta de condução.

                                          O senhor desculpe lá. Não quero passar por má,
                                          Pois você aonde está não me adianta nem me atrasa.
                                          O pior é a vizinha que parece que adivinha.
                                          Quando vir que estou sózinha com um estranho em minha casa.

                                           Mas já que está aí de pé, venha tomar um café.
                                           Faz-me pena pois você nem tem cara de ser mau.
                                           Eu queria saber, também, se na terra donde vem
                                           Não conhece lá ninguém que me arranje bacalhau



                                                                                  
                                            O senhor extraterrestre viu-se um pouco atrapalhado.
                                            Quis falar mas disse " pi " estava mal sintonizado.
                                            Mexeu lá no botão, disse para me pôr a pau
                                            Pois na terra donde vinha nem há cheiro de sardinha
                                            Quanto mais de bacalhau.

                                            Conte agora novidades. É casado ? Tem saudades ?
                                            Já tem filhos ? De que idades ? Só um ? A quem é que sai ?
                                            Tem retratos, com certeza. Mostre lá, ai que riqueza !
                                            Não é mesmo uma beleza ? Tão gordinho, sai ao pai.

                                            Já está de chaves na mão ? Vai voltar para o avião ?
                                            Espere que já ali estão umas sandes pra viagem.
                                            E vista também aquela camisinha de flanela,
                                             Para quando abrir a janela não se constipar co'aragem.

                                            O senhor extraterrestre viu-se um pouco atrapalhado.
                                            Quis falar mas disse " pi " estava mal sintonizado.
                                            Mexeu lá no botão e pôde-me dizer então
                                            Que quer que eu vá visitá-lo, que acha graça
                                             Quando eu falo.Ou ao menos para escrever.

                                            O senhor extraterrestre viu-se um pouco atrapalhado.
                                            Quis falar mas disse " pi " estava mal sintonizado.
                                            Mexeu lá no botão só pra dizer
                                            " Deus lhe pague "

                                            Eu dei-lhe um copo de vinho e lá foi no seu caminho
                                            Que era um pouco em ziguezague.  ( * )
                                                                                                    

                 ( * ) De autoria do falecido Carlos Paião .
                              Interpretação do grupo MESA.                          
              


Cumprem-se no dia 26 de agosto 30 anos sobre a morte de Carlos Paião, NUM ACIDENTE NA EN 1, quando vinha a caminho das festas de Penalva do Castelo.
Corria o ano de 1988. Mês de agosto. Mês de todas as festas em todos os lugares. Mês de grande azáfama, potenciada pelos emigrantes que se deslocavam anualmente à sua terra natal, como, afinal, ainda agora fazem. Era sexta-feira, não 13 mas 26 de agosto, dia após o terrível incêndio do Chiado, em Lisboa.

Carlos Paião, o médico, sobretudo o cantor e compositor, vinha por aí acima. Rumava às festas de Penalva do Castelo onde nessa noite iria efetuar mais um concerto, dos muitos que já carregava no currículo. Em agosto era sempre assim, era mês de concertos quase diários por todo o país e Carlos Paião era dos artistas mais solicitados por terras de Portugal, de lés a lés.

Porém, na nacional 1, nas imediações de Rio Maior, o sonho de um dos maiores compositores e letristas portugueses e também intérprete, encontrou a morte, de frente, num camião que seguia em sentido contrário.

Jorge Esteves, o condutor da viatura Datsun Urvan, que sobreviveu ao acidente, contou à revista Sábado, em 2017, que os seus dois colegas, ambos declarados mortos no local, iam a dormir e que ele de nada se lembra a não ser que “estava sentado no alcatrão, a acordar, com um monte de pernas à minha volta”, tendo sido transportado para o hospital com graves ferimentos.

Jorge Esteves soube da morte dos seus companheiros de viagem bem depois.

Em Penalva do Castelo, onde no próximo fim de semana vão ter lugar as festas do concelho, de 2018, festas em torno de São Genésio, que se comemora a 25 de julho, Carlos Paião ainda hoje é recordado.
Não há ninguém, acima dos 50 anos, das muitas pessoas com quem contactámos, que não se recorde desse dia. E lembram-se com tristeza dessa fatídica sexta-feira.

Nessa noite, em 1988, o palco em Penalva do Castelo, esse, ficou vazio. Carlos Paião que ali haveria de subir para interpretar as suas inúmeras cantigas (Playback, Pó de arroz, Cinderela, Vinho do Porto, Os namorados..) que faziam parte do seu reportório, havia partido para outro palco.



  1. Carlos Paião

    Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
    Carlos Paião
    Informação geral
    Nome completo Carlos Manuel Marques Paião
    Nascimento 1 de novembro de 1957
    Origem Coimbra
    País Portugal Portugal
    Morte 26 de agosto de 1988 (30 anos)
    Género(s) Pop, Rock
    Instrumento(s) Voz, Piano
    Período em atividade 1978 - 1988


    Carlos Manuel de Marques Paião (Coimbra, 1 de novembro de 1957Rio Maior, 26 de agosto de 1988) foi um cantor e compositor português. Licenciou-se em Medicina pela Universidade de Lisboa (1983), acabando por se dedicar exclusivamente à música.

     

     

    Biografia

    Nasceu, acidentalmente, em Coimbra, filho de um piloto de barra que, anos antes, se dedicara à pesca do bacalhau, e de uma professora,[1] vivendo em Ílhavo (terra natal dos pais).

     Desde muito cedo, Carlos Paião demonstrou ser um compositor prolífico, sendo que, no ano de 1978, tinha já escritas mais de duzentas canções.

     Nesse ano obteve o primeiro reconhecimento público, ao vencer o Festival da Canção do Illiabum Clube.

    Em 1980 concorre, pela primeira vez, ao Festival RTP da Canção, numa altura em que este certame representava uma plataforma para o sucesso e a fama no mundo da música portuguesa, mas não foi apurado.

    Com Playback ganhou o Festival RTP da Canção 1981, com a esmagadora pontuação de 203 pontos, deixando para trás concorrentes tão fortes como as Doce e José Cid.

     A canção, uma crítica divertida, mas contundente, aos artistas que cantam em playback, ficou em penúltimo lugar no Festival Eurovisão da Canção 1981, realizado em Dublin, na República da Irlanda.

    Tal classificação não "beliscou" minimamente a popularidade do cantor e compositor, pois Carlos Paião, ainda nesse ano, editou outro single de sucesso e que mantém a sua popularidade até hoje: Pó de Arroz.


    O êxito que se seguiu foi a Marcha do Pião das Nicas, canção na qual o cantor voltava a deixar patente o seu lado satírico. Telefonia (Nas Ondas do Ar) era o lado B desse single.


    Carlos Paião compôs canções para outros artistas, entre os quais Herman José, que viria a alcançar grande êxito com A Canção do Beijinho (1980), e Amália Rodrigues, para quem escreveu O Senhor Extra-Terrestre (1982).

    Algarismos (1982), o seu primeiro LP, não obteve, no entanto, o reconhecimento desejado. Surgiu, entretanto, a oportunidade de participar no programa de televisão O Foguete, com António Sala e Luís Arriaga.


    Em 1983, cantava ao lado de Cândida Branca Flor, com quem interpretou um dueto muito patriótico intitulado Vinho do Porto, Vinho de Portugal, que ficou em 3.º lugar no Festival RTP da canção.


    Num outro programa, Hermanias (1984), Carlos Paião compôs a totalidade das músicas e letras de Serafim Saudade, personagem criada por Herman José, já então uma das figuras mais populares da televisão portuguesa.


    Em 1985 concorreu ao Festival Mundial de Música Popular de Tóquio (World Popular Song Festival of Tokio), tendo a sua canção sido uma das 18 seleccionadas.


    A 26 de Agosto de 1988 morre num violento acidente de automóvel, quando se dirigia para um concerto - as festas em honra de S. Ginésio, em Penalva do Castelo (os cartazes das festas da vila confirmam-no).
    O acidente aconteceu na antiga Estrada Nacional 1[2], perto de Rio Maior.[1]

     A sua morte foi alvo de polémica por não ser claro se foi culpado do acidente que o vitimou.

     O seu corpo foi sepultado em São Domingos de Rana, freguesia do concelho de Cascais.


    Estava a preparar um novo álbum intitulado Intervalo, que acabou por ser editado em Setembro desse ano, e cujo tema de maior sucesso foi Quando as nuvens chorarem.


    Compositor, intérprete e instrumentista, Carlos Paião produziu mais de trezentas canções.
    Em 2003, foi editada uma compilação comemorativa dos 15 anos do seu desaparecimento - Carlos Paião: Letra e Música - 15 anos depois (Valentim de Carvalho).

    Em 2008, por altura da comemoração dos 20 anos do desaparecimento do músico, vários músicos e bandas reinterpretaram alguns temas do autor na edição de um álbum de tributo, "Tributo a Carlos Paião".[3][4]
     
    Os seus restos mortais são trasladados para o cemitério da freguesia de São Salvador, no concelho de Ílhavo, por desejo dos seus pais, no final de 2014[5][6][7].


    A 29 de Janeiro de 2016, a Junta de Freguesia de São Domingos de Rana protagonizou um Tributo a Carlos Paião, numa noite que contou com muitos artistas para quem Carlos Paião escreveu e que o reinterpretaram.

     No dia 30 de Janeiro de 2016, foi inaugurada em São Domingos de Rana a Exposição Carlos Paião com o espólio do cantor e compositor.

     

     

    Discografia

    Ver artigo principal: Discografia de Carlos Paião

     

    Álbuns

    • Algarismos - LP (EMI, 1982)
    • Intervalo - LP (EMI, 1988)
    Compilações
    • O Melhor de
    • Letra e Música - 15 Anos Depois
    • Perfil
    • Letra e Música - 25 Anos Depois

    Singles

    • Souvenir de Portugal / Eu Não Sou Poeta (EMI, 1981)
    • Refilar faz mal à Vesícula (EMI, 1981)
    • Play Back/Play Back (versão inglesa) (EMI, 1981)
    • Pó de Arroz / Gá-gago (EMI, 1981)
    • Marcha do Pião das Nicas / Telefonia Nas Ondas do Ar (EMI, 1982)
    • Zero a Zero / Meia Dúzia (EMI, 1982)
    • Vinho do Porto, Vinho de Portugal - com Cândida Branca Flor (1983)
    • O Foguete (1983)
    • Discoteca (EMI, 1984)
    • Cinderela (EMI, 1984)
    • Versos de Amor (EMI, 1985)
    • Arco Íris (EMI, 1985)
    • Cegonha/Lá Longe Senhora (EMI, 1986)

    Outros

    Nomes que gravaram temas de Carlos Paião: António Mourão, Herman José, Joel Branco, Cândida Branca Flor, Amália Rodrigues, Nuno da Câmara Pereira, Peter Petersen, Florbela Queirós, Alexandra, Rodrigo, Lenita Gentil, Ana, Carlos Quintas, Gabriel Cardoso, Pedro Couceiro, Vasco Rafael, Luis Arriaga, Florência, Fernando Pereira, Mariette Pessanha e Norberto de Sousa.
    Inéditos
    • Os Maternitas lançaram em 1987 o single "Super Zequinha".
    • José Alberto Reis participou no Festival RTP da Canção de 1989 com "Palavras Cruzadas" que nunca foi gravado. Também cantou o tema "Sol Maior" que foi gravado em 1994, no disco "Alma Rebelde.
    • Ana gravou o tema "ilusão" em 1989.
    • O álbum "Microfone e Voz" de António Sala, de 1989, inclui o tema "A Um Amigo" com letra de António Sala.
    • Mísia gravou, em 1991, o tema "Ai Que Pena" de Carlos Paião e Mário Martins.
    • José da Câmara gravou o tema "Ai Fadinho" em 1991.
    • Nuno da Câmara Pereira gravou em 1992 o tema "A Marcha do Castelo",
    • O álbum "Histórias" de António Sala, de 1993, inclui o tema "Pecado Capital".
    • A cantora Alexandra Cruz gravou em 1993 três inéditos: "Amigos eu voltei", "A vida quer, a vida manda" e "Vamos parar o tempo".
    • O cantor Pedro Vilar gravou os temas "Talvez", "Canção da Última Idade" e "Beijo Roubado".
    • No segundo volume do projecto "Novo Canto Português" de Pedro Brito, lançado em 2008, inclui o tema "Tempo".
    • O tema "O Novo Povo" não chegou a ser gravado por Amália mas em 2016 foi gravado por Yolanda Soares.

    Referências


  2. «Se fosse vivo, Carlos Paião faria hoje 56 anos». Revista Sábado. 26 de agosto de 2013. Consultado em 7 de outubro de 2014

  3. «Carlos Paião: falámos com o homem que ia ao volante quando ele morreu»

  4. Tributo a Carlos Paião: CDGO.com, acesso em 12 de Outubro de 2008

  5. Tributo a Carlos Paião: Portugal Rebelde, acesso em 12 de Outubro de 2008

  6. http://www.freguesiassalvador.pt/noticias/restos-mortais-de-carlos-pai-o-trasladados-para-lhavo

  7. http://www.aveiro.co.pt/noticia.aspx?id=157160

  8. http://sicnoticias.sapo.pt/cultura/2015-01-04-Restos-mortais-de-Carlos-Paiao-trasladados-para-o-cemiterio-de-Ilhavo
                            
                         

29.7.11

É ASSIM A VIDA !


  Pois meu filho é assim a vida. 

Olha cá vamos andando com a cabeça entre as orelhas.

 Como tinha ficado de te enviar a fotografia do teu primo aquando do dia de festa cá da terra aí a tens.

 Ver a imagem de origem

 ... A festa foi bonita.

Houve um concurso de porcos. 

Foi pena não estares cá .
  Tinhas ganho de certeza.

 Olha fiz-te uma camisa nova com as velhas de teu pai.

 O teu pai caiu na tina de vinho.
 Foi um castigo para o tirar de lá, empurrava todos e dizia para o deixarem sózinho, até parecia o teu tio quando caiu no depósito da cerveja lá na fábrica onde trabalha. 

 Não se deixava tirar e gritava por tremoços. 

Já se vê. 

É da família estes desastres.

 Vou acabar dizendo-te a pena que tenho de te não enviar os vinte euros dentro da carta, como pediste, mas quando me lembrei disso já tinha fechado o envelope.

 Beijinhos de todos.

 Menos do teu irmão que bateu com a cara no muro quando corria a apanhar caracóis.

 Ver a imagem de origem

28.7.11

POBRES

A POBREZA *


                                                              SONHEI que...



 ... O que me espera nos próximos dias meses e anos. 
Imagino uma situação deveras tranquila refastelado sob a sombra de alguma árvore se for Verão, ou ao calor do fogo se for Inverno.

 Se a Primavera for a estação eis-me a passear por este país maravilhoso , se for Outono, que bom o cheirinho das castanhas assadas.

 Mereço este bem estar pois à semelhança dos meus patrícios dediquei uma vida ao trabalho contribuindo com os meus descontos para esta reforma tida sempre como garantida, o que se confirmou ser verdade.

  Receio uma qualquer dor ou mal estar físico, claro está, mas, enfim se houver necessidade tenho a segurança social ao meu dispor.

 Tenho visto grupos de idosos como eu que partem em excursões pelo país e pelo estrangeiro fomentadas e incentivadas pelo Estado forma gentil de retribuir todos os sacrifícios que lhe dedicaram ao longo de uma vida útil.

 Ainda bem que é assim em quase toda a Europa. 

Eu estou tentado a aceitar um desses convites porém, e, graças a este mesmo Estado que tanto nos ajuda a todos, ando a poupar uma parte substancial da reforma afim de efectivar um cruzeiro por  esse Mundo embora a assistência à velhice ache isso desnecessário pois no fim acabamos todos por visitar o mesmo.

 Quem diria que quando se construiram diversas infra-estruturas auto estradas, pontes e barragens.

 Se melhoraram  aeroportos, vias férreas etc. com os empréstimos da União Europeia seria tão cómodo o seu pagamento e que bom sentir as gerações vindouras gratas aos políticos deste tempo.

 Sinto-me tão feliz !

 Obrigado meu Portugal pelos brilhantes filhos que criaste.

    Em conclusão do meu raciocínio edito esta foto para realçar e agradecer à Classe Política  que sempre nos tem governado o nunca permitir que cenas destas ou outras semelhantes que decerto deverão existir no estrangeiro fossem possíveis por cá.

 Ainda bem.

 Benditos sejam durante muitas e muitas gerações. 

Continuarei a votar sempre convicto de contribuir para o bem estar geral independente do partido que for eleito. 

A abstenção é tão baixa o que prova a nossa confiança nos deputados ou presidente, pois todos têm dado sobejas provas de só se preocuparem com o nosso bem estar.

 A não ser assim como é que nós portugueses temos tão pouco desemprego e até se diz que só não trabalha quem não quer.

 Vou-me deitar não sem antes lembrar o passeio que acabei de dar pelas ruas aqui da vila. 

Tanta gente, tanta alegria e que sensação de segurança transmite ver um cívico ou como é mais usual dizer, um agente da polícia  passar por mim e cumprimentar com um sorriso.... ( 1 )



 ( 1 )  -  "  Aqui soprei a vela e adormeci enrolado num cobertor frio. A fome fizera-me acordar deste sonho para a realidade. "
                                                           
(  *  )     Web site desta imagem. " Sentidos da educação social "

27.7.11

ANTICICLONE





  Tanto vento de nortada , algum desconforto térmico para esta época do mês, já bem entrado o Verão.

 A culpa é do Sr: Anticiclone dos Açores que resolveu passear um tanto ou quanto fora dos seus terrenos habituais ou, antes, andar de candeias às avessas com depressões  ( também ele coitado ) ondulações e cristas anticiclonicas.

 Fui então tentar saber o que é um anticiclone. 

Consultei quem sabe e... eis o que encontrei .

    "    O que é um anticiclone ?

 Antes de mais, anticiclone não significa  " anti tempestade ", porque " ciclone " não significa tempestade, a não ser numa corrupção de informação.

 Todas as grandes tempestades da atmosfera terrestre são centros de pressão baixa, centros ciclónicos: mas quase nenhuns centros ciclónicos chegam a ser tempestades.

   ANTICICLONE 

- É um centro de pressão atmosférica em que o ar atmosférico, mais frio e mais pesado, em cima, desce, aumentando a pressão junto ao solo: é um centro de pressão atmosférica alta, ou  " uma Alta " na gíria. Ao contrário, um ciclone é um centro de pressão atmosférica em que o ar atmosférico, mais quente e mais leve, em baixo, junto ao solo, sobe  - como o balão de ar quente  - baixando a pressão junto ao solo: é  um centro de pressão baixa, depressão ou  " uma Baixa ".

   Pensemos no esquema seguinte, simples: sobre uma região em que o ar seja mais quente que nas vizinhanças, o ar aquece e, porque o ar quente é mais leve que o ar frio, o ar quente sobe na atmosfera, como um balão de ar quente, como o  " balão de S. João ". Ao subir, o ar quente provova uma rarefacção de ar junto à superfície, ou seja, um abaixamento de pressão, ou um centro de pressão baixa: uma depressão, um ciclone. Mas o ar quente que sobe ( e a esta subida chama-se convecção , arrefece e torna-se mais pesado do que era; mas é  " empurrado " para cima pelo ar quente que vem de baixo . Então, este ar arrefecido tem que se afastar da coluna de ar que subiu, até que, por se ter tornado mais pesado, começa a descer  ( e esta descida chama-se subsidência ), comprimindo o ar que está por baixo e forçando-o a afastar-se, na base.

   Entretanto, por compressão, o ar aqueceu, chega à superfície e afasta-se. Por compressão formou-se uma região de pressão alta, um anticiclone.

  Facilmente se conclui que há circulação do ar atmosférico das  " altas " para as  " baixas ", à superfície, e das " baixas " para as  " altas ", em altitude ( sem que esta  " altitude " seja muito alta... ).
   No Hemisfério Norte, em torno dos anticiclones o ar roda no sentido dos ponteiros do relógio, para a direita, e em torno das depressões, ou ciclones, roda no sentido oposto, para a esquerda.

  Também se conclui que uma área anticiclónica deve ter  " céu geralmente limpo ", o que as imagens de satélite mostram ser  " quase verdade "  " ( * 1 )

( * 1 - Extracto do livro O ANTICICLONE DOS AÇORES .
           Obra de Anthimio de Azevedo. *

* Anthimio José de Azevedo .
 Nasceu em Ponta Delgada, S. Miguel, Açores, a 27 de Abril de 1926. Licenciado em Ciências Geofísicas, especializado em Meteorologia.  
                               

26.7.11

ÁGUA. O MAIOR RESERVATÓRIO DO UNIVERSO



    Uma boa notícia...para variar.
                                   
     Segundo li no Diário de Notícias de ante-ontem 24 ; " Duas equipas de astrónomos  lideradas por cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia, descobriram o maior e mais distante reservatório de água alguma vez encontrado no universo.

     Localizada a 12 mil milhões de anos luz  ( o que  significa que as imagens são de uma altura em que o universo tinha só 1,6 mil mil milhões de anos ) a massa de vapor de água é 140 biliões de vezes superior `a quantidade de água de todos os oceanos da Terra.


           A 12 mil milhões de anos luz .Água em quantidade de 140 biliões de vezes superior à   existente nos nossos mares.

       A massa de água encontra-se à volta de um quasar, um dos objectos mais brilhantes do universo  "

Então sendo assim e considerando a velocidade da luz ( 300.000 km / segundo ) algo como 7 minutos do Sol à Terra, será que ainda lá estará hoje ?  Como dizia um ex dirigente político cá na urbe " é fazer as contas "!
 De qualquer das formas não deixa de ser animador confirmar, na prática a teoria de que, onde há água há vida.
 Pena é que nunca, neste caso, a humanidade em termos técnicos e materiais jamais lá possa ir e voltar para contar o que viu.
 Decerto haverá  " algo " mais perto.
 Aguardemos pois.
 Será que algum ser, desse imenso cosmos nos dará uma dica ?
  Andará por aí, com essa vontade ?
 Gostava tanto de saber o que se esconde sob a capa do desconhecido!  ?

                                                   

PETRARCA E LAURA (Amores famosos da História e da Literatura. )



                                                      PETRARCA  e LAURA.

              São poucos os dados que a história nos reserva acerca dos amores de Petrarca e Laura.


Petrarca e Laura  ( Século  X I V  ) *
* Wikimedia Commons .





       Sabe-se que o celebrado poeta e pensador italiano, nascido no ano de 1304, viu pela primeira vez a sua amada numa Sexta - Feira  Santa, durante os sagrados ofícios, na igreja de Santa Clara de Avinhão.
      Concebeu uma paixão imensa e aliás impossível, pois não era livre a dama tão loucamente amada. Não obstante, Petrarca dedicou a vida inteira a cantar aquele grande Amor. Quando Laura morreu, vítima da peste que assolou a cidade de Avinhão, escreveu Petrarca uma poesia maravilhosa: " In morte de Madona Laura ". E quis recolher a um convento.
     Tal passo não lhe foi permitido, porém, por seus parentes e amigos. De Petrarca são os belos versos que bendizem o instante em que conheceu a Amada.

                      Bendito seja o ano, o sítio, o dia,
     A estação, o lugar,o mês, a hora calma
    E o país em que seu encantador olhar
        Se encandeou na minha alma...


                                                                       
                                                     

Francisco Petrarca

Erudito
Francisco Petrarca
 
Francesco Petrarca foi um intelectual, poeta e humanista italiano, famoso, principalmente, devido ao seu romanceiro. Aperfeiçoou o soneto, um tipo de poema composto de 14 versos cuja invenção é atribuída a Jacopo da Lentini. Foi baseado no trabalho de Petrarca que Pietro Bembo, no século XVI, criou o modelo para o italiano moderno, mais tarde adotado pela Accademia della Crusca.

  1. Laura de Noves

    Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre
     
     
    Laura de Noves


    Laura de Noves (Avinhão, 13101348) foi a esposa do Conde Hugues de Sade (ancestral do Marquês de Sade).  Possivelmente foi a Laura sobre quem o poeta humanista Petrarca escreveu diversas vezes; contudo,  nunca foi positivamente identificada como tal.[1]

    Biografia

    Nascida seis anos após Petrarca, em Avinhão, era filha do cavalheiro Audiberto de Noves e sua esposa Ermessenda. Ela se casou com a idade de 15 anos a 16 de janeiro de 1325. Petrarca a viu pela primeira vez dois anos depois, no dia 6 de abril de 1327, uma Sexta-Feira-Santa, durante a Missa de Páscoa na igreja de Santa Clara de Avignon.

    Não se sabe muito mais sobre ela além de que teve uma grande prole, era uma esposa virtuosa, e morreu em 1348.
     Após aquele primeiro encontro com Laura, Petrarca passou os próximos três anos em Avignon cantando seu amor puramente platónico, e perseguindo Laura na igreja e em seus passeios.

    Após este período Petrarca deixou Avignon e foi para Lombez (um departamento francês em Gers), onde ocupou o cargo de cónego oferecido pelo Papa Bento XII. Seu possível túmulo teria sido localizado pelo poeta francês Maurice Scève, em 1533.[2]
    Em 1337 ele voltou para Avignon e comprou uma pequena propriedade em Vaucluse, para estar perto de sua querida Laura. Então nos três anos seguintes ele escreveu numerosos sonetos em seu louvor.[3]

     O Canzoniere (Cancioneiro) de Petrarca é a obra que contém seus poemas na tradição trovadoresca do amor cortês, que tiveram grande papel na formação do italiano como idioma literário - bem como popularizou uma nova forma de soneto, que passou a chamar-se soneto petrarquiano. Anos depois da morte dela o poeta escreveu Trionfi (Triunfos), uma alegoria religiosa onde Laura é idealizada.[1]

    Referências


  2. Standard Educational Corporation (1992). New Standard Encyclopedia. [S.l.]: Standard Educational Corporation, Chicago. p. 240-241

  3. Enzo Giudici (1980). Bilancio di un'annosa questione: Maurice Scève e la « scoperta » della « tomba di Laura. [S.l.]: s/e. OCLC 715861236

  4. Verbete "Petrarca" in: s/a (1954). American International Encyclopedia. [S.l.]: J.J. Little, Nova York
                                                                 

25.7.11

HERANÇA DO HOMEM RICO

                   
                     Um homem rico, sentindo-se morrer, pediu papel e pena , e escreveu assim :
Ver a imagem de origem
IMAGEM. WORLD PRESS.COM

                                                            
 " Deixo todos os meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada  para os pobres ".

                        Não teve tempo de pontuar e morreu.
                                                 
                           A quem deixa ele a fortuna ?
                                                 
                         Eram quatro os concorrentes.

     Chegou o sobrinho e fez as pontuações numa cópia do bilhete:

    " Deixo todos os meus bens à minha irmã ?  Não.

    A meu sobrinho.


      Jamais será paga a conta do alfaiate.  Nada  para os pobres. 

     A irmã do morto, chegou em seguida, com outra cópia do escrito e fez as pontuações deste modo:


      " Deixo todos os meus bens à minha irmã.

         Não a meu sobrinho.
        Jamais será paga a conta do alfaiate.  Nada  para os pobres."

    Surgiu o alfaiate, que pedindo cópia do original, fez estas pontuações:

     " Deixo todos os meus bens a minha irmã ? Não.  A meu sobrinho ?
        Jamais.

   Será paga a conta do alfaiate .
   Nada  para os pobres. "


  O Juíz estudava o caso quando chegaram os pobres da cidade e um deles mais sabido, tomando de outra cópia, pontuou assim


    " Deixo todos os meus bens a minha irmã ?
   Não. 
   A meu sobrinho ?
   Jamais. 
  Será paga a conta do alfaiate ?  Nada.
  
 Para os pobres. 


                                                                  

22.7.11

VISITA HOSPITALAR ( reflexões )

São o dia a dia de muitos de nós todas estas adversidades  sociais e  por vezes familiares.

 Poderia chamar-lhe de custo de vida mas isso já engloba outras reflexões. 
Para o caso em apreço, a minha experiência diária obriga a olhar cada dia que passa como 24 horas de incertezas, considerando até o sono pois nada me garante um descanso sem interrupções seja as que proveem do exterior ou seja ;  veículos , vento , animais etc... ou, até, um sonho agitado.
 O facto é que, quando acordo, parece que não descansei o suficiente e sei que dificilmente compensarei o corpo e o espírito dessas más jornadas. 
Há-de haver sempre algo que perturbará uma ou outra eventual sequência de horas mais ou menos sossegadas.
 Depois tenho notado que, não vivendo numa ilha, tenho solicitações familiares a que devo assistir em colaboração despreocupada mas que acarretam sempre, para o espírito, mais umas cargas a livrar em vãs tentativas no tal futuro que chega tarde.
 Isto sucede comigo e só de mim escrevo. Acredito e sei de algumas pessoas a quem o destino, ou lá o que lhe queiram chamar, bem que gostariam de estar no meu lugar.
 Afinal de que me queixo ?



HOSPITAL DR: ANTÓNIO JOSÉ DE ALMEIDA OU O NOVO HOSPITAL DE CASCAIS ( Foto de J.P.L. Julho de 2011 )

    Assim é a natureza humana.
 Eternos insatisfeitos e nunca de bem com o que temos.
 Experimentar visitar alguma unidade de saúde talvez constitua uma boa terapêutica.
 Apenas como visitante, pois ninguém pode afirmar ao observar tanto infortúnio que " dessa água não beberei " .
 Ao referir isto saliento o maior respeito que me devem tais instituições e seus colaboradores, é claro, apenas as citei para que olhando para mim senti uma íntima satisfação por não estar no lugar daqueles  que ali se encontram lutando pela saúde do corpo, porque da alma,  a solução segue outras vias.
 Agora resta saber até quando.
 Bem que gostaria como quase todos nós, decerto, que ao chegar o fim da  " caminhada " pudesse encontrar a serenidade mental e física em que primassem pela ausência o esquecimento e a dor.
 A chamada " morte súbita ". 
Seja como for também ninguém se acha preparado para tal. 
A vida custa a todos  diz-se  conotando-a com o custo social e material.
 Mas há outra vida bem mais custosa quando falta a saúde.
 É disso que me lembrei ao ir hoje ao hospital visitar um familiar.
 Todos sofremos.